segunda-feira, 4 de abril de 2011

Se algum colégio da área de abrangência do NTE faz sucesso, temos que mostrar.


Notícias extraída da página da SEEDUC/RJ

C.E. Oscar Batista: a fórmula simples do sucesso

Melhor colégio do Estado segundo o IDEB, C.E. Oscar Batista se torna um exemplo de evolução no ensino

 Por Mônica Vitória

Ser considerado o melhor colégio do Estado do Rio de Janeiro e, ainda, um dos três melhores em todo o Brasil não é para qualquer um. Mas o Colégio Estadual Oscar Batista, de São João do Paraíso, conseguiu tal proeza no último biênio. Depois de estar entre as piores escolas do estado, a direção trabalhou duro para mudar o quadro: seu Ideb (o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que avalia fluxo escolar e médias de desempenho dos alunos em avaliações) pulou de 3,3 para 7,4. A receita é simples: investir em projetos. O segredo? Integração e união.

Quem vai a São João do Paraíso vê um local pequeno e pacato do interior. São cerca de quatro mil habitantes morando no distrito, que faz parte do município de Cambuci. Lá, há apenas duas escolas públicas, uma que supre a demanda de alunos até o primeiro ciclo do Ensino Fundamental e o C.E. Oscar Batista, que atende a adultos e a jovens a partir do 4° ano, oferecendo também Ensino Médio regular e Curso Normal. A fachada do prédio – fundado em 1935 por Oscar Batista, poeta e político que via a Educação como prioridade – lembra a de um casarão. Por dentro, a estrutura é simples, mas bem aproveitada: há duas cozinhas, banheiro para deficientes, biblioteca, quadra, sala de informática e até laboratório de Ciências. Todas as salas possuem ar condicionado.

Também há pequenas reformas, parte do intuito da direção de melhorar a infraestrutura da escola. O grêmio estudantil deve ganhar um espaço próprio. “Depois que ficamos com a nota 3,3 no Ideb, passamos a ser considerados ‘escola prioritária’ e recebemos mais verbas para melhorar nosso desempenho. Com isso, começamos a investir em projetos grandes, integrados à Seeduc. Éramos isolados nesse sentido, nossas ações eram pequenas, de pouca força”, conta o diretor Obede Peres, que não fazia ideia de como essa e outras iniciativas podiam dar tão certo. “Percebemos que os alunos estavam se motivando mais, mas nunca esperávamos um resultado tão positivo. Foi uma surpresa”, destaca.


E os bons frutos não se comprovam apenas no Ideb. Há seis anos na gestão, Obede aponta outras vitórias: “A evasão escolar caiu muito. Atualmente, os jovens gostam de ficar aqui, às vezes temos que mandá-los para casa. Se sentimos a falta de um, fazemos uma visita para ver por que ele não está indo às aulas. O desempenho nas avaliações também melhorou”, destaca. A aprovação de formandos em concursos públicos e em vestibulares é outro motivo de orgulho. “As notas do Enem têm garantido aprovação e bolsas em boas universidades”, completa a diretora adjunta Maria José Tostes.

Projetos que fazem crescer

De fato, colaborou a entrada em projetos como o Autonomia, de redução da defasagem idade-série, o Almanaque da Rede e o Reforço Novo Enem. “Participamos com bons resultados das Olimpíadas de Língua Portuguesa, de Matemática. Na prova Saerj, tivemos mais de 100 premiados com notebooks. E uma de nossas equipes ficou em terceiro lugar na OJE (Olimpíada de Jogos Digitais e Educação). Os meninos adoraram conhecer o Rio. Essas atividades externas incentivam muito”, acrescenta o diretor. Ações da própria escola ganharam fôlego. Blogs, passeios e projetos de leitura passaram a ser regulares.

Animados com as conquistas da escola, os estudantes estão cada vez mais participativos e otimistas com o futuro. “Nós vemos que a organização e a qualidade de ensino melhoraram, principalmente pelas pessoas que saem daqui. Aí a gente fica querendo sempre se superar, ser melhor. Para conseguir isso, nos juntamos, estudamos em equipe, e buscamos a ajuda dos professores. Alguns até nos recebem em casa”, diz Walter Curvelo, que faz o curso de formação de professores.

O aluno passa quase o dia inteiro no colégio e pretende seguir a carreira de educador na área de tecnologia. Usa parte de suas horas vagas para produzir textos e vídeos para o jornal online da turma, um blog criado por ele e seus colegas. “Eu presencio uma troca e uma receptividade muito grande dos alunos. Eles são atuantes e antenados com a realidade, o que melhora a aprendizagem”, afirma a professora Sueli Bussade, que dá aulas de Filosofia e Sociologia e no ensino normal.

Outro destaque no cotidiano do C.E. Oscar Batista são os cursos extracurriculares. Atualmente, há uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação, a Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária e a Emater regional, que oferece aulas de informática para os estudantes que se interessarem, e cursos profissionalizantes de Desenho Industrial e outras disciplinas, voltados para a comunidade.


Trabalho coletivo

O fato de estar em uma cidade pequena, onde todos se conhecem, facilitou a ascensão do colégio, possibilitando que a gestão e os projetos implementados ganhassem força. Isso porque o corpo docente é quase todo formado por ex-alunos da escola. Muitos são pais de jovens que frequentam a instituição. “Somos uma família. E tudo funciona na base do respeito mútuo, independentemente de hierarquia e de cargo. É de igual pra igual”, afirma Obede, que já foi aluno da diretora-adjunta e professor de vários outros funcionários da unidade.

Para a professora de Educação Artística Fernanda Branco, que se formou ao lado de Obede e, depois, trabalhou durante alguns anos na Capital fluminense, integração é essencial: “É muito importante essa ligação que a gente tem aqui. O fato de você já conhecer as pessoas dá estímulo para trabalhar junto. Os pais dos alunos também estão sempre presentes, visitam o colégio constantemente, acompanham a vida escolar”, observa.

A proximidade com a comunidade local não podia ser menor. Pais, parentes e amigos dos alunos comparecem em peso aos eventos da escola. As festas que acontecem lá acabam fazendo parte da agenda de eventos da cidade. “Não existe nenhum tipo de rivalidade. No Dia da Criança, por exemplo, os nossos normalistas preparam uma comemoração para as crianças da escola municipal”, lembra Maria José.

Um comentário:

  1. Cláudio amei suaa iniciativa. Seu blog está iniciando com o pé direito.Tenho certeza que será de grande utilidade paara muitos.
    Boa sorte.....

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